Por Fabiana Esteves
Nesses tempos de pandemia estamos carentes de encontros. Festas em casa, bem produzidas até, mas com meia dúzia de pessoas, viraram lugar comum. Pudemos perceber que mais vale um amigo te abraçando do que uma decoração e um buffet "dos deuses". Muitos se foram, e festa boa é para celebrar os que ficaram e curtir a companhia de quem a gente ama o máximo possível. Diante da tela, vamos combinar que não tem lá muita graça…
Antigamente eu gostava de festas muito arrumadas, super produzidas, comida e bebida em abundância, decoração impecável, som profissional, animação, etc. Hoje em dia uma boa festa, pra mim, passa bem longe disso. Lembra aquelas festinhas improvisadas, bem simples, que nossas mães faziam em casa mesmo, reunindo os mais chegados? Bolo feito em casa, brigadeiro enrolado pelos primos, cachorro-quente servido pela vizinha... Pois é. Deu saudade desse ritual afetivo de outrora…
Comecei a perceber, convivendo com amigos maravilhosos, que festa é muito mais do que um dinheiro bem gasto, é uma desculpa sensacional para reunir aqueles que amamos, ou que são importantes pra nós. Festa boa, para mim, hoje, é quando os convidados se sentem à vontade para pegar uma bebida no freezer, invadem a cozinha e pegam uma bandeja para ajudar a servir, fazem uma vaquinha para comprar o refri que acabou, chegam mais cedo para ajudar a arrumar, prato para reforçar o cardápio e se acotovelam na cozinha numa conversa gostosa.
Festa boa termina com um achegar dos mais íntimos depois que o restante foi embora, e sobra amigo pra ajudar a arrumar tudo e depois dormir na sala. Infelizmente, quem tem uma melhor condição financeira não costuma usufruir deste privilégio. Você nunca sabe se o fulano gosta mesmo de você ou veio só para aproveitar a “boca livre”. Meus superamigos fazem festas praticamente sem gastos, somente com a colaboração de quem os ama. E quando alguém ao meu lado reclama, eu tenho orgulho de dizer que estou amando, porque festa boa é assim, falta tudo, menos alegria e muita, muita vontade de ficar junto. Porque nunca se sabe quando a nossa hora vai chegar...
Na imagem acima, a partir do topo: Na primeira foto, Fabiana Esteves com seu esposo Claudio e suas filhas Ísis e Laís, em uma de suas comemorações de aniversário. Na segunda foto, crianças da família em uma festa familiar. Na terceira foto, Ísis, filha de Fabiana Esteves.
Autoria
Fabiana Esteves é Pedagoga formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNiRIO) e Especialista em Administração Escolar. Trabalhou como professora alfabetizadora na Prefeitura do Rio de Janeiro e no Estado do Rio com Educação de Jovens e Adultos. Trabalhou como assessora pedagógica e formadora nos cursos FAP (Formação em alfabetização Plena) e ALFALETRAR, ambos promovidos pela Secretaria de Educação do mesmo município. Também foi Orientadora de Estudos do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, programa de formação em parceria do município com o MEC. Em 2015 coordenou a Divisão de Leitura da SME de Duque de Caxias (RJ). Atualmente, é Orientadora Pedagógica da Prefeitura de Duque de Caxias, onde tem se dedicado à formação docente. Escritora e poeta, participou de concursos de poesia promovidos pelo SESC (1º lugar em 1995 e 3º lugar em 1999) e teve seus textos publicados em diversas antologias pela Editora Litteris. Escreve para os blogs “Mami em dose dupla” e “Proseteando”. Publicou os livros “In-verso”, "Pó de Saudade", "Maiúscula", "A Encantadora de Barcos" e "Coisas de Sentir, de Comer e de Vestir". É mãe das gêmeas Laís e Ísis.
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