Por Camilo de Lellis Fontanin
Saudades são como um louvor a Deus por quem já não temos contato ou convívio, ou por algo ou algum lugar que já deixamos para trás.
Eu tenho muitas saudades da minha família, meus pais, minha irmã Ângela, minha tia Cinira e minha avó materna, com os quais eu vivi por mais de vinte anos e foram o núcleo da minha família. E de tantos outros que eu nem pude ter um convívio mais próximo.
Minha avozinha materna nos deixou primeiro, depois foi o meu paizão, minha mãezinha, minha tia Cinira e minha irmã Ângela. Acabei ficando só. Mas não exatamente sozinho, pois, ainda tenho minha sobrinha e muitos primos e primas, com os quais troco mensagens quase que diariamente. Também tenho o meu cunhado Zenas que mora comigo e que está administrando a casa que herdei dos meus pais e onde nós moramos, além de ele ser meu Cuidador e acompanhar as enfermeiras que cuidam de mim. Esse meu cunhado, o Zenas é muito mais do que um simples cunhado é um verdadeiro amigo... muito mais do que isso, um autêntico irmão! Tenho saudades de quando eu podia caminhar e nós dois íamos a pé receber a minha aposentaria e também quando íamos a alguma consulta médica. Meu Deus, como era bom poder caminhar!
À noite, quando a insônia se abate sobre mim, eu, deitado com a frente virada para o lado oposto da enfermeira, deixo escorrer algumas lágrimas, lembrando de todos os meus familiares que já partiram desta vida terrena e, também, dos tempos que eu podia caminhar com minhas próprias pernas...
Não dá para ter meus familiares de volta, não nesta vida ao menos, mas, voltar a caminhar já é uma outra história que a Fisioterapia voltou a me ajudar a escrever, antes com a Dra Larissa Imperador e, agora, com a Dra Mariana Pinese.
Autoria
Camilo de Lellis Fontanin nasceu em 1962, na cidade de Americana. São mais de 50 anos de amor aos livros de Poesia, Romance, Conto, Crônica e também aos livros de Psicologia, Psicanálise e Física.
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