Por Amanda Meireles
Não temos tempo para ir fundo.
Quanto mais pretendemos imergir, mais precisamos de tempo e preparo. Há níveis de imersão que só se alcança com submarinos.
Mas quem tem tempo para imergir em relações quando se tem tanto a conquistar? O mundo está em uma corrida e quem desacelera para estender a mão ao outro pode ficar para trás.
A menos que gere uma foto para redes sociais, uma experiência para o currículo, um status para aceitação social, não vale a pena.
Somos incentivados a uma injusta escalada ao topo e queremos tanto chegar lá! Nem percebemos que a superfície está no topo, mas é descendo para o profundo que encontramos o tesouro perdido.
É que em algum momento, passamos a valorizar mais os galhos secos que boiam na superfície do que o ouro maciço escondido no fundo do mar. Além de ser mais difícil alcançar o ouro, não tem muita gente lá no fundo assistindo essa conquista.
E é exatamente ali que a vida acontece: onde ninguém nos vê. Quando estamos sozinhos é que entendemos que essa superficialidade não nos basta. Percebemos que as relações que construímos, os valores que alcançamos, as experiências que vivemos, nos acompanham até o mais ermo dos desertos.
Em nossa existência, o que construímos como riqueza se estabelece como herança para a próxima geração. O que se recebe de uma geração superficial são galhos secos.
Que sejamos inspirados e inspiremos a investir nosso tempo em consolidar essa imersão ao profundo para deixarmos como herança valores reais e duradouros!
Autoria
Amanda Meireles nasceu em 09 de outubro de 1983, em Duque de Caxias. Mãe apaixonada de Isabela e Isaque, estudante de Psicopedagogia, defensora da inclusão e do acolhimento, intérprete de Libras há 11 anos, autora do livro "O Jeito Que Ana Ouvia".
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