Por Amanda Meireles
Casa de vó! Saudade daquele cantinho acolhedor, aquela casinha branca com janelas azuis, tão simples, mas sempre arrumadinha. Escrevendo agora, parei para pensar que a casa da minha avó nunca estava bagunçada, mesmo com netos lá o tempo todo! Aquele arroz, feijão, angú e ovo frito era o melhor da vida!
No quintal, a vassoura feita com folhas verdes dava conta de manter tudo em ordem. Os fundos da casa se dividiam em duas partes: O galinheiro da vó e o viveiro do vô. E as plantas? Azedinha, camarão amarelo, flores e “pés de planta” de vários tipos, inclusive o de café, que a gente ajudava a colocar pra torrar e depois moer. Ah, que cheirinho bom!!!
Tinha também as tardes de visitas. Eu sempre a acompanhava. Ela vestia um “vestido de sair” — o de oncinha era um clássico! —, colocava um cinto pra ajustar a “cinturinha de pilão” (ela sempre dizia que tinha essa cinturinha quando era mais nova), penteava os cabelos ondulados e lá íamos nós para visitar uma amiga, uma filha ou uma neta.
Eu era ainda muito nova, mas achava tão legal que ela mantivesse esses contatos, que tivesse uma amiga pra bater papo, sabe? Na época eu não tinha ideia, mas manter tudo tão organizado sem as facilidades que temos hoje poderia ser uma boa razão para a falta de tempo. Hoje eu admiro ainda mais que minha avó tenha cultivado relações verdadeiras. Estamos temporariamente impedidos de visitar os amigos, mas não estamos impedidos de regar e fazer crescer os laços que nos conectam e que nos ajudam a fortalecer nossa essência.
Na imagem acima, a formatura de alfabetização da colunista Amanda Meireles. Da esquerda para a direita: Dona Lourdes (avó), Amanda Meireles, Sr. Francisco (pai) e Paulinha (irmã).
Autoria
Amanda Meireles nasceu em 09 de outubro de 1983, em Duque de Caxias. Mãe apaixonada de Isabela e Isaque, estudante de Psicopedagogia, defensora da inclusão e do acolhimento, intérprete de Libras há 11 anos, autora do livro "O Jeito Que Ana Ouvia".
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