Por Amanda Meireles
Nós somos o resultado das noites em que choramos e das manhãs em que os raios de Sol secaram nossas lágrimas e nos colocaram um sorriso no rosto.
Esse processo é uma constante na nossa vida e vai perdurar enquanto em nós houver fôlego. Crescimento. Desenvolvimento. Aprendizagem. Maturidade.
Penso que, algumas vezes, prolongamos a noite. As adversidades causam um desequilíbrio no nosso sistema natural. Esse desequilíbrio que abala nossas estruturas, serve para observar, aplicar o que aprendemos em noites passadas e assimilar o que a nova noite nos ensina. Mas confesso que já perdi muito tempo reforçando a noite atual com acúmulos de noites passadas. E ali, perdida e revolta nessa montanha russa que eu mesma construí — ainda que os ferros usados tenham sido fornecido por terceiros rs — fecho meus olhos com tanta força que não sou capaz de enxergar o raiar de uma nova manhã.
Em contrapartida, quando a serenidade da manhã permanece e atravessa como gotas de luzes incidindo sobre a escuridão das incertezas, estamos tecendo uma nova estrutura em nós mais poderosa que a redoma holográfica de wakanda.
Reflito, então, que seja esse o ponto de equilíbrio a ser alcançado: o aprendizado que trazemos das nossas noites e a serenidade das nossas manhãs que perdura em meio às adversidades.
Equilíbrio que leva tempo a ser alcançado. Eu mesma, ainda estou lutando para chegar lá. A realidade das nossas dores é mais difícil superar do que a escrita em um texto. Mas esse tempo ainda é amigo. Gradativamente, vai lapidando dores, percepções, comportamentos. E como disse Thomas Merton, "a felicidade não é uma questão de intensidade, mas de equilíbrio, ordem, ritmo e harmonia".
Autoria
Amanda Meireles nasceu em 09 de outubro de 1983, em Duque de Caxias. Mãe apaixonada de Isabela e Isaque, estudante de Psicopedagogia, defensora da inclusão e do acolhimento, intérprete de Libras há 11 anos, autora do livro "O Jeito Que Ana Ouvia".
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