Por Amanda Meireles
Ela geralmente veste seu melhor sorriso
E se perfuma com uma certa borrifada de esperança.
Hoje não.
Suas feridas teimavam em doer a despeito de sua insistência em ser feliz. O mundo continuava cinzento e frio, como o era todos os dias.
Todos os dias, mas
Hoje não.
Justo hoje que esquecera seu sorriso, aquela mão lhe tocaria o ombro e ela lhe voltaria o olhar. Primeiro para receber a delicada Margarida que lhe era oferecida. E então para fitar o olhos naquele sorriso que ela bem conhecia.
Ora, se não era seu próprio sorriso!?
Ela amplia um pouco mais o olhar e percebe este sorriso vestindo outras tantas pessoas pelo caminho.
A delicada flor lhe abrira o olfato para perceber que aquele perfume de esperança se apegara a outras peles.
E não é que o dia havia ganhado cores e o caminho flores?
Cores que ela mesma pintara e flores que ela mesma semeara dia após dia, mesmo sem perceber.
Todos os dias aquela ferida lhe teimava em doer. Mas
Hoje não.
Hoje aquele toque culminaria em abraço. Um abraço tão empático e amigo que lhe curaria a mais dolorosa ferida.
E naquele momento, sacando da bolsa seu melhor sorriso e seu peculiar perfume de esperança, ela segue seu caminho, colorindo e semeando. Porque
Hoje sim.
Autoria
Amanda Meireles nasceu em 09 de outubro de 1983, em Duque de Caxias. Mãe apaixonada de Isabela e Isaque, estudante de Psicopedagogia, defensora da inclusão e do acolhimento, intérprete de Libras há 11 anos, autora do livro "O Jeito Que Ana Ouvia".
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